
Eu fiquei sem resposta, não quis aprofundar o tema, porque sentia repulsa dela em falar do assunto.
Quando a Rita nasceu e colocaram logo ela ao meu peito, senti algo estranho, senti que tinha de amamentar a minha filha, mas não me senti mesmo nada a vontade em fazê-lo, depois quando fui para o quarto e tive 2 pessoas a mexerem-me nas mamas a tentarem "ajudar", coisa que provocou exactamente o sentimento oposto, a amamentação para mim tornou-se um problema.
A certa altura não conseguia dar de mamar da mama esquerda, e a enfermeira deu um pouco de suplemento a Rita, e eu só chorava, frustrada por não conseguir, por não me sentir "Mãe", pois durante as aulas pre-parto só ouvia como era bom pro bebé a amamentação, que era importante e inúmeras outras coisas.
A moça que tinha tido bebé na noite anterior, chegou a levantar-se da cama vendo o meu desespero e tentou-me ajudar.
Na 1ª noite em casa, quando tive a subida de leite, tive uma crise de hipotermia que parecia que ia morrer, estava coberta com inumeros cobertores e a chorar para o Gonçalo me abraçar para parar o frio ... passado algum tempo ... voltei ao normal.
Durante 15 dias sofri o pão que o diabo amassou porque da mama esquerda a Rita não pegava bem, e da direita começava a ficar com dores ....
Resolvi ligar ao pediatra, pedir um suplemento e começar a tirar o leite materno com uma bomba, e foi assim durante 3 meses, dei sempre o LM quando tinha e as vezes que não tinha recorria a latinha de LA.
O porque deste meu post é principalmente porque doi-me em todo o meu ser e alma, ler constantemente que quem não dá de mamar não sabe o vinculo que cria com o seu bebé, ou melhor que nenhum biberão substitui esse "acto de amor".
Pois bem ... e o adormecer todas as noites em meus braços, as noites em claro, as cantorias para ela adormecer, o tirar leite com uma bomba sentindo-me uma vaca a ser mugida de 3h em 3h, não é um "acto de amor"???
Hoje a Rita já tem 13 meses, continua a ser eu que lhe dou sempre de comer, desde os 6 meses que pega no biberão sozinha.
Não me sinto menos Mãe ... e que tenha menos vinculo de amor por não ter dado de mamar, gostaria que as pessoas pensassem que as vezes, podemos não dar de mamar simplesmente porque a sensação não é boa, pode ser considerado um acto de egoísmo? Sim pode! Mas também se a amamentação é considerada um acto de amor, e se sentimos um sacrifício ao fazê-lo, pergunto eu ... porque o fazer???
Portanto poderia opinar que acho um exagero darem de mamar a partir do momento em que as crianças comem de tudo, mas deixo isso a vontade de cada Mãe, se quiserem até dar de mamar até aos 5 anos, não tenho nada a ver com isso ...
Mas por favor ... respeitem quem não deu, porque não pode, porque não quis ou simplesmente porque não gostou! Amo a minha filha da mesma maneira que alguém que amamentou ou amamenta, porque foi desejada e planeada!!!!
Apesar de ter amamentado o Martim até quase aos 14 meses, compreendo precisamente o que descreves. Também senti horrores com a amamentação. Sempre senti dores, porém menos fortes ao longo dos meses. Insisti porque queria mesmo amamentar mas não sei se foi a decisão certa. Amamentar deve ser um acto de prazer e bem-estar para os dois. Não um sacrifício. Este é o testemunho de quem amamentou com dor mas que não sabe se foi a opção certa. Por um lado sim,por outro não.
ResponderEliminarGostei do teu post.
estava a pensar que não conseguiria transmitir bem o que sentia, ainda bem que tendo tu amamentado tenhas compreendido o que escrevi, obrigada! beijinhos
ResponderEliminarola linda eu compreendo-te perfeitamente, com o meu 1 filho so amamentei 15 dias e sofri horrores, horrores mesmo e agora com a princesa ainda amamento e ela fez hoje 15 meses e ADORO.... mas nao fui menos Mãe do meu menino por nao o ter amamentado, amo-o na mesma, e nao amamentar nao az de ninguém pior Mãe, bjs
ResponderEliminarOla :)
ResponderEliminarsabes eu compreendo bem o que escreves-te e o que sentes ou sentis-te, eu amamentei o meu filho e no inicio era uma coisa horrorosa, e ainda la no hospital quando as enfermeiras tentam que a amamentação se torne algo obrigatório seja qual for a dor ou sentimento faz-nos sentir ainda pior e por várias vezes pensei em desistir e dar-lhe de biberão mas depois, descobri já não me lembro como, umas protecções para o bico do peito para amamentar sem dor, foi como entrar no paraíso e comecei a partir desse dia amamentar como sempre desejava, sem dor, e pode desfrutar da amamentação com o meu bebe, muita gente me disse que isso fazia cólicas e outras coisas mais mas foi coisa que o meu filho nunca teve e pude dar de mamar até já não puder mais e sem dor, na minha opinião algumas enfermeiras estragam um momento de carinho e amor para tornarem num acto que tem que ser feito seja como for, bjinhos e parabéns tens uma menina linda :D
Querida Lisa não acho nada que tivesses desistido. Se eu não tivesse conseguido amamentar não me vejo a ter a tua coragem em estar a tirar com a bomba de 3 em 3h. Foste mesmo uma corajosa porque é uma coisa chata de se fazer e psicologicamente cansativa. E sempre me ouviste defender que amamentar tem de ser bom para as duas partes, não sou nada fundamentalista. Acho que o vínculo de poder ter a Clara a adormecer-me assim nos braços é único, mas porque me sabe bem. Se não me soubesse, pelo amor de deus, não haveria cá massacres de cabeça para ninguém. Dar mama é bom para o bebé, claro que sim, mas tem de ser normal para a mãe tb, senão numa altura tão frágil como o pós-parto, se formos obrigadas a alguma coisa, só ficamos mais fragilizadas, acho eu. Não sei se este post teve alguma coisa a ver com o que escrevi sobre o vínculo de a ter a adormecer-me nos braços e na mama todas as noites, mas também lhe dou biberão às vezes e pelo menos para mim, a sensação não tem nada a ver. Mas cada um cria o seu vínculo e sente à sua maneira. Bem sabes que não sou nenhuma fundamentalista da mama, longe disso. Eu dou porque quero, quem não quer ou não pode não dá. Tem é de estar bem de cabeça, isso é que acho que é importante para a mãe.
ResponderEliminarE tu foste e és até hoje uma mãe exemplar que luta para dar qualidade de vida à Rita. E isso é que é de louvar. Nunca conheci ninguém como tu que tivesse tido a coragem de tirar leite à bomba dia e noite só para que ela continuasse a ter LM. É de louvar.
Beijinho
Pode parecer loucura, mas durante toda a gravidez eu "sabia" que ia amamentar...
ResponderEliminarE isto só pura e simplesmente por egoísmo, é que eu sou uma das pessoas mais preguiçosas que conheço, e já sabia que o marido não ia ajudar...
Logo, só de pensar em dar biberão: esterilizar biberão, ferver água, fazer leite, dar leite, lavar biberão, esterilizar... e isto numa casa de 1º andar...
Logo desde o primeiro dia, não amamentar não era uma opção para mim. Felizmente sempre tive muita mama, ele aumentava 500 a 550g por semana, que julgo era recorde no posto de saúde... mamou até aos dezoito meses, e até hoje eu tenho leite, deixei de dar mama há 2 anos e meio. Costumo dizer que tenho vocação para vaca leiteira.
Agora, para mim, a preguiça ganhou, se fosse mais fácil dar biberão era o que faria, sou mesmo uma mãe desnaturada...
R
Nem sei bem como achei o teu blog, mas este é um assunto que me toca e onde acho que posso dar uma opinião.
ResponderEliminarSempre achei, mesmo antes de engravidar, que iria amamentar, talvez por me ter sido incutido que se não o fizesse não seria uma boa mãe. Durante a gravidez e com a descoberta do problema da Laura colocou-se logo a hipotese de isso não vir a acontecer. E assim foi com o seu nascimento, apercebi-me que não conseguiria mamar. Na verdade também não insisti muito pois me sentia muito mais à vontade se tivesse a certeza da quantidade que a minha filha beberia. Talvez na altura fosse mais comodismo, mas a verdade é que optei por utilizar bomba e dar-lhe por biberão. Nunca usei LA, até hoje sempre tive leite suficiente para a Laura. Se me sinto menos mãe por lhe ter dado biberão? Não! Antes pelo contrário, sinto-me uma mãe realizada que lutou com todas as forças, para que a sua filha sempre bebesse do seu leitinho. E estou certa que a nossa relação nunca será menos forte pela minha decisão.
Compreendi cada uma das tuas palavras, senti-me inumeras vezes triste por coisas que li, que minimizam a utilização de biberão, mas a verdade é que a amamentação não tem de ser obrigatoriamente ao peito.
Pelo que li fizeste o que pudeste pela tua filha e é isso que conta, só deves estar orgulhosa disso como ela um dia ficará.
Desculpa o testamento, mas como disse é algo que me toca, por saber tão bem o que sentes.
Ai amiga, te entendo perfeitamente. Até tive uma boa recordação do meu momento mãe-amamentando-a-cria, mas foi por outros motivos que não consegui ir até os 6 meses ao menos. E odeio essas bandeiras levantadas sobre ser mais ou ser menos mãe por esse ou aquele ato! Afff. vão procurar um tanque de roupa minhas senhoras!!! Pq isso é falta do que fazer!
ResponderEliminaro que dizer de uma mãe que adota uma criança? Não é legítimo e verdadeiro o amor que sente???
Ser mãe é muito mais que amamentar. Se isso fosse toda a garantia de amor incondicional o que dizer das mães que abandonam ou matam seus filhos??? Tenho certeza que muitas ou todas tinham condiçoes plena de dar a mama por longo meses.
Querida, beijão. Aqui no Brasil estamos de feriadão.